HARAMBEE ÁFRICA PORTUGAL passou o ano de 2016 a dar-lhe a conhecer O Viveiro e o projeto que queríamos apoiar em 2017.
Graças a si, foi possível angariar uma parte importante do orçamento deste projeto, para o qual continuaríamos a trabalhar em 2017, contando também com o apoio de HARAMBEE INTERNACIONAL, que deu a sua aprovação ao projeto de O Viveiro.
Infelizmente, a situação política, social e económica que se vive atualmente em Moçambique tornou inviável a concretização a curto prazo dos sonhos das mesninas.
HARAMBEE ÁFRICA PORTUGAL entrevistou o Eng. Manuel Borges Abelho, moçambicano, coordenador de produção da instituição em Tete.
HAP – Eng. Abelho, conte-nos um pouco o que se passa em Moçambique.
MBA – Devido ao conflito político-militar que se regista em Moçambique, não existem condições seguras de movimentação de pessoas e bens de um lugar para outro. Como 90 % das matérias-primas necessárias para este projeto devem ser adquiridas em lugares distantes [embora nesta província], os necessários movimentos de pessoas acarretam muitos e graves riscos de vida.
HAP – Que mais dificuldades sentem?
MBA – Paralelamente ao conflito-político militar que se faz sentir em Moçambique desde o ano de 2015 [conflito que se agravou recentemente], existe outro grande problema, a crise financeira, que fez decrescer a economia moçambicana, criando uma carência ou ausência de divisas para o comércio interno e externo.
HAP – E que consequências tem esta situação para o projeto apresentado por O Viveiro?
MBA – Se avançássemos, teríamos de acarretar com perdas ou prejuízos [pondo em risco a instituição como um todo].
HAP – Decidiram por isso desistir do projeto?
MBA – Não desistimos. Continuamos a aguardar pelo melhor momento para a sua implementação.
Nestas condições, HARAMBEE ÁFRICA PORTUGAL decidiu aplicar os fundos angariados em outros dois projetos aprovados por HARAMBEE INTERNACIONAL para o ano de 2017.
São eles:
PROJETO CABAZ MAMÃ
República Democrática do Congo – Hospital Monkole
Objetivo: reduzir as elevadas taxas de mortalidade materno-infantil através do acompanhamento de mulheres grávidas durante todo o processo da gravidez, no parto, e em possíveis problemas neonatológicos.
O acesso a consultas hospitalares e outros meios de diagnóstico e acompanhamento da mulher e do bebé é, em geral, muito reduzido nestas áreas; em consequência, a taxa de mortalidade das crianças e das mães é bastante elevada.
Com este projeto, pretende-se seguir um grupo de mulheres durante os 9 meses de gravidez, com uma consulta por trimestre, e facilitar-lhes as instalações do Hospital de Monkole para o parto, bem como a formação em higiene e alimentação e as vacinas do bebé.
Este acompanhamento tem o valor de 350 € por mulher com parto normal e 550 € com cesariana. Cada uma destas mães pagará 50 €, ficando os outros 300 € ou 500 € a cargo do Hospital de Monkole. Para este efeito, o Hospital de Monkole solicita um financiamento total de 40.000 €.
PROJETO DE REINSERÇÃO ESCOLAR E PROFISSIONAL DE CRIANÇAS E JOVENS DE RUA
Togo – Movimento MAREM
Objetivo: recolocar na escola (40 crianças) ou em escolas profissionais (25 jovens) crianças e jovens de rua entre os 8 e os 17 anos.
O Movimento de Ação para a Reinserção de Crianças Marginalizadas precisa de fundos para a aquisição de roupa e sapatos, e material escolar para as crianças que consegue reinserir nas respetivas famílias; de fundos para financiar o sustento e a formação profissional dos jovens que consegue instalar junto de mestres de formação profissional; e de fundos para os membros da associação acompanharem a formação destas crianças e destes jovens.
Para este efeito, o Movimento MAREM solicita um financiamento total de 18.000 €.